segunda-feira, 7 de julho de 2008

O que é Fair Play?

O FAIR PLAY constitui uma noção difícil de definir. Não é, contudo difícil reconhecer algumas dimensões da questão: lealdade, honestidade, aceitação das regras, respeito pelos outros e por si próprio, igualdade de oportunidades... tantos são os elementos associados à idéia de espírito desportivo. Abaixo são apresentadas as manifestações do Fair Play na prática esportiva:
O RESPEITO PELAS REGRAS
O espírito esportivo começa desde logo pelo respeito integral e constante das regras que regulam as diferentes modalidades desportivas. Todos admitirão, por exemplo, que empurrões ou outros comportamentos do mesmo gênero no futebol, na corrida, ou no basquetebol são intoleráveis. Semelhantes atitudes prejudicam estas atividades desportivas e não beneficiam em nada o que nelas deve prevalecer que é o saber correr e o saber jogar. Os regulamentos proíbem os empurrões e a violência. Portanto, é essencial, retomar a prática do desporto de acordo com as regras e o espírito do regulamento. Só assim o desporto ganhará em beleza estética e em verdade desportiva.
O RESPEITO PELO ÁRBITRO E ACEITAÇÃO DAS SUAS DECISÕES
O árbitro faz parte do jogo: a sua presença é essencial para um bom desenvolvimento da atividade como seria possível organizar um jogo der basquetebol, voleibol ou handebol sem árbitros? O árbitro pode errar. O seu julgamento não é infalível, mas o regulamento concede-lhe autoridade de dirigir a competição.
Os treinadores, jogadores, e espectadores devem aceitar a autoridade do árbitro e manterem-se calmos perante as suas decisões. Os juízes e o árbitro não merecem o tratamento que habitualmente sofrem no exercício das suas funções, até por que raramente deixam de respeitar as restantes intérpretes do jogo. Quantas vezes se viu um juiz ou um árbitro dirigir-se a um treinador insurgindo-se contra a estratégia deste ultimo? Ou dirigir-se a um jogador porque este falhou em uma finalização num jogo importante?
Os juízes e o árbitro têm também a sua parte de responsabilidade na manutenção e promoção do espírito desportivo. Têm de conhecer profundamente todas as regras da respectiva modalidade e aplicá-las com imparcialidade e isenção. Devem ser coerentes, objetivos e educados quando assinalam uma falta. Mas perante a rapidez e a crescente complexidade dos gestos desportivos, juízes e árbitros têm cada vez menos tempo para avaliar as situações de jogo ou o comportamento dos atletas, proceder a um julgamento e tomar um decisão. Todos aqueles que praticam desporto, deveriam passar pela experiência de arbitragem. Após um certo período de ensaio poderiam avaliar melhor os esforços daqueles que habitualmente arbitram competições desportivas.
O RESPEITO PELO ADVERSÁRIO
Como seria possível manifestar as suas capacidades sem adversários? Torna-se por isso necessário respeitar estas pessoas ou equipes, já que sua presença nos é indispensável, só ela nos permite avaliar as nossas capacidades e conhecer o nosso real valor. Torna-se necessário, manter com os adversários o gosto de uma nova competição, de modo a que numa próxima vez se avalie quem progrediu mais, o qual é melhor. Este espírito não deve assentar na procura ou no desejo de ganhar a qualquer preço, de vencer por meios ilícitos. O espírito desportivo é competir lealmente com um adversário; é tentar ser o melhor, respeitando as regras do jogo.
O DESEJO DE IGUALDADE
O desejo de igualdade vai a ponto de o verdadeiro desportista, não pretender retirar qualquer vantagem que seja conquistado à custa de uma redução de meios do seu respectivo adversário. O atleta não demonstra a sua superioridade quando, por exemplo, o seu adversário, por uma qualquer infeliz circunstância ficou diminuído. È por isso que o bom desportista deve aceitar um tempo de espera, para permitir que um adversário acometido por uma indisposição momentânea possa se recuperar para competir com igualdade de meios e condições.
SER DIGNO
Enquanto que as quatro primeiras manifestações de fair play se referem a altitudes ou comportamentos face aos outros, a questão de manter a dignidade exige uma autocritica constante do atleta que controle as suas próprias emoções. O jogador de futebol que remata a bola depois do árbitro ter apitado, o jogador de handebol que vira ostensivamente as costas ao árbitro quando ele se lhe dirige, são situações reveladoras de uma grande falta de controle por parte dos praticantes desportivos. Saber ganhar e saber perder é também um sinal de espírito desportivo. Ao final de um jogo, independentemente de termos ganho ou perdido, porque não ir apertar a mão do adversário? Quer os atletas, quer os treinadores, têm tudo a ganhar, ao se comportarem com dignidade. Só assim podem merecer o respeito de todos. È importante, manter a dignidade em todas as circunstâncias.
O PAPEL DOS PAIS, TREINADORES E ATLETAS PROFISSIONAIS
O papel dos treinadores (técnicos) é fundamental quanto às experiências que os jovens vivem. Todos sabemos que é enorme a influência exercida pelos treinadores junto dos jovens que lhe estão confiados. Mas até que ponto? Segundo um estudo realizado no Canadá, 94% dos jovens praticantes admitiam que no geral fazem o que imaginam que o treinador gostaria que eles fizessem. È, portanto evidente que se queremos que os jovens adquiram noções e um comportamento revelador de espírito desportivo se torna necessário que perante os jovens, os treinadores demonstrem também pelo seu exemplo, espírito desportivo.
Os grandes atletas são também visto pelos jovens participantes, como modelos a seguir de onde o importante papel social que é atribuível àqueles atletas. Os pais têm também uma significativa influência no comportamento desportivo dos filhos. Existem pais que berram na beira da quadra ou da piscina exigindo do filho esforços e performances que não estão apropriados ao seu nível de crescimento físico e psicológico. Os pais justamente por desconhecerem isto provocam pressões psicológicas que podem ser danosas a seus filhos. Os pais deveriam conversar com os treinadores para se inteirarem do assunto.
È necessário algo mais que esforços teóricos, que simples palavras. Textos como estes são apenas utensílios de promoção de espírito desportivo. O papel pedagógico deve ser repartido por todos os educadores, pais, treinadores e os próprios atletas.
(Texto retirado e adaptado de “O ESPÍRITO DESPORTIVO É IMPORTANTE”. 3ª Edição. Câmara Municipal de Oeiras, Portugal. Divisão de Cultura, Desporto e Turismo. Serviços Municipais de Desporto.)


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